quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Você gosta de falar mal dos outros? Porque a fofoca pode arruinar sua carreira





Caros colegas,


Sigo aqui com mais um post com minhas reflexões sobre o mundo corporativo.


Hoje vou falar um pouco sobre um fenômeno que, certamente, afeta demais as empresas no Brasil: a tal da fofoca. O murmurar, difamar, maldizer...


Por que será que temos tantas palavras para isso? Será que é porque o brasileiro faz muito isso?


Seguem algumas definições que peguei no "pai dos burros", mais conhecido como Dicionário Aurélio:


fofoca s.f. Mexerico; dito cheio de maldade; disse me disse. Aquilo que se comenta em segredo sobre outra pessoa. Especulação; conversa...


fofocar v.i. Brasil. Informal. Contar alguma coisa com a intenção causar intrigas; mexericar: fofocou sobre a vizinha. Contar as...


Atualmente estou chegando perto do final de minha segunda década de carreira em grandes empresas no mundo corporativo. Não passei por muitas, porém tive a oportunidade de trabalhar em empresas de origem americana, asiática e, por fim, em uma empresa europeia, onde estou hoje em um cargo executivo.


Apesar de serem culturas completamente diferentes, todas sofriam com esse mesmo mal. Pessoas que gastam (boa) parte de seu tempo na empresa, tempo esse pago, diga-se de passagem, para prejudicar outras pessoas através do falar mal, da fofoca, de comentários depreciativos, e até da mentira.


Sinceramente, acho que esse é um problema muito acentuado no Brasileiro, visto que na matriz destas empresas, em seus países de origem, o comportamento era muito diferente. Não vou falar que não existia, mas a escala era muito menor.


Aliás, na empresa que estou hoje, os executivos estrangeiros que fazem parte da alta administração já chegaram a criticar abertamente em reuniões esse maldito hábito dos brasileiros, tanto que eles utilizam a palavra "fofoca" em português mesmo, quando estão falando em inglês.


Tenho minha teoria para tentar entender esse fenômeno...


Infelizmente, as empresas são locais onde passamos grande parte de nossas vidas, convivendo com o mesmo grupo de pessoas, e que, em geral, têm objetivos antagônicos.


Quando crescemos, a maior competição que temos na escola é consigo mesmo, na maior parte do tempo. Para garantir boas notas, basicamente o esforço está em nós mesmos. Não precisamos derrubar o colega do lado para tirar uma nota 9 ou 10.


Porém nas empresas, a competição assume características bem diferentes. Além de executar muito bem o seu trabalho, você deve ser visto por pessoas chave da organização como competente. E além da execução, muitas empresas dão até mais valor a seus comportamentos, ou seja, o "como você obtém seus resultados".


E para ser bem avaliado nesses dois aspectos (performance e comportamento) você ainda vai depender de uma boa exposição, uma boa propaganda, ser bem percebido e falado por quem interessa.


E vejo que é aí que a "galera do mal" começa a agir. Ou seja, para tentar obter uma melhor avaliação, esse pessoal vai tentar evitar que alguém seja bem percebido e falado por quem interessa.


É claro que existem pessoas que fazem fofoca ou falam mal por outros motivos. Acredito que tem muita gente que aprende em casa, traz isso para a empresa como um vício. Muitas vezes é gente com problemas de autoestima, com uma série de carências emocionais. E a maneira de obterem um prazer momentâneo é afirmar algo negativo sobre alguém, talvez isso as faça esquecer seus próprios defeitos.


Mas o tipo mais nocivo nas organizações, é aquele que faz fofoca de forma deliberada. Que planta mentiras, inventa histórias, tudo para prejudicar o outro.


Nesse caso, acredito que o melhor é ficar longe desse tipo de gente, manter distância. E, se não for possível, manter uma distância segura. Ou seja, se relacionar de forma estritamente profissional e não dar brechas para assuntos pessoais.


Você pode achar que esse assunto não é tão importante. Mas, acredite, isso pode acabar com o clima de trabalho de uma organização como um todo.


Na minha empresa atual, houve um caso onde o gerente de uma área chegou a pedir a cabeça de duas pessoas em um comitê gerencial, pois eram pessoas que inventavam histórias e difamavam outras , de tal maneira que o grupo todo rachou em duas facções.


Ele não conseguiu mandar as duas pessoas embora. Mas, com muito custo, conseguiu que fossem transferidos para outras áreas, e estas pessoas tiveram que recomeçar praticamente do zero.


Infelizmente, de certa forma ele alimentou esse ciclo vicioso, pois em determinada época ele chegou a dar exemplos negativos fazendo piadas depreciativas sobre outros gerentes em frente de sua equipe. Ao final, ele acabou cavando a própria cova.


Através da força do cargo, conseguiu se livrar dos dois mais problemáticos, mas hoje é visto na organização como alguém com baixo desempenho e potencial para gestão.  Acabou queimado.


A moral da história é que, no final, todo mundo que se meteu em falar mal do outro, se deu mal. Do chefe ao subordinado.


Então a lição é essa: pode demorar, mas isso nunca acaba bem.


Minha dica a você é: faça seu trabalho, mostre resultados, busque fazer sua propaganda de uma forma positiva, relacionando-se com boas pessoas que falarão bem de você.


Se alguém vier comentar com você de alguém, criticar, difamar,  faça de conta que não ouviu. Educadamente pergunte: você já disse isso à pessoa?


Sinceramente acredito que esse é um dos maiores males das organizações hoje e o que mais suga nossa energia. Se coisa boa não é, melhor ficar longe...


Abraços

























6 comentários:

  1. O povo latino-americano, creio que por ser mais passional, acaba por gostar mais de falar de pessoas. No fim das contas, tudo acaba nos levando ao ego. Quando vc fala mal de alguém vc satisfaz seu ego. Creio ser isso. Como somos mais passionais, temos mais a necessidade de alimentar nosso ego.


    Faz sentido? rs

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    1. Meu caro, realmente acho que essa é uma característica mais forte nos latinos, infelizmente. Não conheço muito de psicologia, mas intuitivamente acho que alimenta o ego mesmo. Mas é algo que devemos evitar. Abraço

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  2. Acho que o melhor caminho para o sucesso é esse, fazer o nosso trabalho bem feito e dar se bem com as pessoas.

    Abraço e sucesso.

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    1. Caro DIL,
      Exatammente, trabalho bem feito (performance) e cultivar bons relacionamentos que ajudarão ainda mais a elevar a performance e não perder tempo com o que não agrega valor.
      Abraço

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  3. Excelente texto Samurai.

    Não comentarei muito pela pressa, mas vejo isto na empresa onde trabalho.

    Agora que estou em projetos maiores, globais, sempre vejo alguém tentando puxar meu tapete, falando mal do que eu faço ...

    Abraçao

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    1. VDC, acredito que em maior ou menor grau isso é comum nas organizações no Brasil E cabe à gestão dar um bom exemplo e inibir os comportamentos mais nocivos.
      Abraço

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